sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O DESPERTAR DA KUNDALINI


Do mesmo modo que a Shakti criou o universo e o permeia, ela também criou o corpo humano e o permeia, da cabeça aos pés. Assim como ela se irradia do centro do universo, da mesma maneira a encontramos no centro do nosso corpo, no chakra Mula significa raiz, e adhara, suporte.'); müladhára, na base da coluna. É de lá que ela controla e mantém todo o nosso sistema fisiológico, através de uma rede de 720 milhões de nadis (caminhos energéticos, assim como as veias são o caminho do sangue). De acordo com as escrituras yoguis, essa raiz tem sete centímetros e meio de comprimento, dentro da qual a shakti reside de forma sutil, enrolada três voltas e meia (e por isso mesmo é chamada de Kundalini: "aquela que está enrolada"). Ou seja, a Kundalini é a Shakti "enrolada", e funciona como a "central energética de nossa energia Divina".

A Kundalini é o suporte de nossas vidas; é Ela que faz tudo funcionar no corpo. Sem Kundalini, nós morreríamos. O que chamamos de "ativar/despertar a Kundalini" é na verdade provocar uma irradiação de energia maior do que a "normal".

Como é uma energia densa, pouco sutil, e irriga principalmente os centros sexuais, ela é normalmente usada para o sexo (a força-motriz da espécie animal), mas nada impede que nós, pela VONTADE, direcionemos o grosso da Kundalini para outras funções, como religiosidade, carisma, oratória, esportes, etc. Por isso que algumas pessoas literalmente "transbordam" energia em algumas atividades, e se destacam por conta desse redirecionamento de "prioridades". Hitler, por exemplo, tornava-se um gigante, um vulcão transbordante de energia, quando em sua oratória, e com isso conseguia um imenso poder de persuação/intimidação, envolvendo seus ouvintes em algo que eles não podiam definir, mas ao qual ninguém ficava indiferente; já quando não podia falar, era sempre considerado por quem não o conhecia como esquisito, franzino, ridículo, apagado.

O "perigo" da ativação da Kundalini é que essa dose extra de energia potencializa tanto seus pensamentos bons quanto seus pensamentos maus. E tudo o que pensamos, "Criamos", de certa forma, e atraímos pra nós (Hitler, novamente, serve como ótimo exemplo de como não usar sua Kundalini). Aconselha-se, então, purificar (ou pelo menos "domar") primeiro sua mente, e buscar ativar a Kundalini só depois.

Há muitas maneiras de despertar a Kundalini. Ela pode ascender por meio de uma intensa devoção a Deus, pela repetição de um mantra ou pela prática de exercícios de Yoga. Em alguns casos, o aspirante pode até experimentar um despertar espontâneo (segundo Muktananda, devido ao mérito acumulado com as sadhanas - práticas espirituais - em vidas passadas). Mas casos como Hitler, Rasputin e outros magos trevosos com nítida influência da Kundalini nos mostra que a coisa pode ser muito mais natural (e distanciada das "boas práticas") do que se pensa.

Nas Igrejas Evangélicas vemos os fiéis se "descontrolarem" e experimentarem sensações transcedentais, muito parecidas com relatos de êxtase de devotos de religiões hindus ou xamânicas, que mergulham em estados alterados de consciência e de fusão parcial com o TODO. Isso não quer dizer que eles atingiram a iluminação, ou que a Kundalini deles esteja plenamente ativada. Não. Isso são "erupções kundalínicas", ou seja, um pequeno despertar dessa energia represada, ainda sem controle. É um começo. Mas o perigo mora ao lado, pois quando uma pessoa se vale de processos químicos (naturais ou não) ou bioenergéticos pra atingir um estado de êxtase, corre o risco de enfrentar transtornos bipolares (infelizmente muito comum nos meios esotéricos). Lázaro Freire, da lista Voadores, faz um paralelo entre aCender (como se fosse um foguete no rabo) e aSCEnder a Kundalini:

Quando o que se dá é mais pirotécnica fenomenológica, ecos de práticas passadas, conseqüência de uso de drogas ou chás, fenômeno bioenergético - mais do que consciencial - o que ocorre é que temos "espirros" kundalínicos, como se algo incandescente fizesse uma bolha estourar e subir. A energia nesse caso vai até o granti (nó) de uma só vez, e nos proporciona uma sensação (distorcida) de fusão com o todo, ainda assim prazerosa - mas com retorno à mediocridade pouco tempo depois. Quanto mais forçada for essa subida, mais consequências negativas pode ter, tanto na parte bioenergética, quanto nos surtos patológicos, quanto na dificuldade em lidar com o mundo, depois.

É por isso que vemos, por exemplo, tantos usuários de chás tornando-se bipolares e depressivos logo após sua fase maníaca de felicidade induzida, ou neo-fundamentalistas, com uma agressividade que pouco tem a ver com a paz e união que diziam ter encontrado - do mesmo modo, é comum se perderem em antigos mitos (projeção psicótica) e crendices religiosas (neo catolicismo xamânico após surto esquizofrênico). Ou pior, terem desagradáveis encontros com sua sombra.

Já um desenvolvimento normal, por práticas espirituais e mudança consciencial, não têm conseqüência negativa alguma, e as coisas sobem de um modo que não mais precisarão descer. Pelo mesmo motivo que a pedofilia é crime, mas a sexualidade torna-se natural quando nosso desenvolvimento hormonal e físico atinge um determinado patamar.

(fonte:www.saindodamatrix.com.br)

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